Sinto indiferença do meu elo, entre a alma e o corpo e evaporo no sopro
e vai sobrando insanidade por medo da saudade
Maria de Ramos
Estou esperando o ônibus na parada, já perdi três e minha mente não sossega
e não se atenta. Acabo por me distrair mais uma vez e ao me dar conta, já era.
Já perdi meu ônibus. Já não tenho você.
Estou a descer a rua das ruínas como quem perdeu alguma coisa. Tropeço no asfalto, prestando atenção, quem sabe ainda dissolvo a solidão
Maria de Ramos
Passeio três vezes por dia em cada turno. disparando meu coração a cada susto. Olho para o lado, só vejo cidadãos espelhados nessa rua largada, casas abandonadas, há rastros empoeirados.
Seus rostos mal lavados. e assim, enxergo que os cidadãos são apedrejados pelo golpe dos ratos. Todos os nossos dias, são imundos e intensos, pois não passam de esmeros segundos para a fortaleza que manipula os cidadãos.
A nossa população é imensaNossas vontades são intensas De pôr fim na displicência
fátima Ramos
Ah, o amor correspondido.
O mesmo que nos nutre de carinho, nos soma, e nos deixa deitar tranquilos.O amor... O amor.O mesmo que nos faz amar a nós mesmos, que nos faz sentir o que sempre tivemos guardado no peito; O amor que nos sacia e nos mata a fome.
Amar cegamente alguém tem seus prós e contras, ficamos bobões, perdemos a razão, fazemos por amor, nos doamos excessivamente por amor. Amar nos penetra de tal forma que chega ao alcance de nossa alma, á tomar por quase seu lugar. Ficamos feito marionetes. Sentindo o amor fluir no corpo, deixando invadir a mente á tomar mais uma vez posse do nosso ser. Amar é bom, é fogo, é chama, é carinho, compreensão. amar é tudo. Mas francamente, cegamente não dá!
Os amantes se dão asas
Os amantes se auxiliam
Os amantes são raros, mas não rasosOs amantes têm historia
Os amantes se curam
se amam
Os amantes também erram,
perdoam
Os amantes são raros, mas não rasos.Os amantes amam como amamos as estrelas.
Nós fazemos os amantes existirem. Somos amantes.
Juliana tornou a minha vida um oceano paralelo magnífico, da mesma maneira que a destruiu. Por mais que tentei ela nunca saiu da minha cabeça, por vezes, meses, anos, aqui permanece. J u l i a n a com todas as letras. Linda, formosa, loira e com quase 1,70 de altura, suficiente para levar-me ás nuvens e á loucura.
Juliana, inesquecível como a primeira vez que andei de bicicleta.
Juliana por sempre ter sido e ser até hoje a mais serena, que me dói. Possuía um dom grandioso de preencher as minhas lacunas, lacunas do meu coração.
Susene jamais chegou onde Juliana esteve, por mais que se esforçasse, por mais que me esforçasse, por mais....
Eu me quero
me envolvo
me enxergo
mas não me mordo;
me sufoco
me calo
me deixo
me largo
me surro
me estapeio
me vou
me levo
me deixo
me desespero
me trago
me desvenero
me desconheço
me torturo
regrido.
Sozinhame invadome beijosou constantesou distanteme almejome arrepiome enfureçocontrariandocontrariandocontráriaandoandome enlouqueço
Era aquela lagartinha que não entendia sua força e coragem, não entendia. Não entendia, pois não conhecia que o que passava era apenas a sua metamorfose. Seu destino. Sua progressão. Então largou-se descuidadosamente, deixou-se levar, amou demais á se ferir, desacreditou e não ousou levantar-se, acordar, acordar dói. Assim, largou-se.
A fornalha que está aqui dentro.Com o meu cansaço, desconto os serviços por horas ou turnos, para iludir meu coração que está tudo ótimo, está tudo bem, e que dará tudo certo.O que farei mesmo para que prolongue minha vida esperançosa e -nada-agredida-pela-vida-e-por-memorias-culposas-que-me-surra-e-que-me-grita?Com o corpo cansado, e mente com devaneios, mente assim mesmo para me livrar do desespero? Já me avisei várias vezes que com os fatos encarcerados e infernais na cabeça, acharei sempre uma maneira de sair de mim, como me pressionando a fazer o que sempre sonhei em plena consciência.O que eu sempre sonhei? A tal linda paz interior que sempre me enganei ao achar que a mantenho aqui no meu peito. A mesma que voa frágil como um balão ao encontro de um mandacaru enfincado em um deserto, esse que habita aqui dentro.
Maria de Ramos
maldita, levante-se, insanidade é o seu dom perdido entre os escombros é um péssimo amor piso, um a um nos seus restos recolha-os e engula ...