quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Desvaneço

Eu me quero
me envolvo
me enxergo
mas não me mordo;
me sufoco
me calo
me deixo
me largo
me surro
me estapeio
me vou
me levo
me deixo
me desespero
me trago
me desvenero
me desconheço
me torturo
regrido. 

Qual o meu problema?    Eu quero tudo, tudo. Eu quero tudo. Tudo o que se imagina, a ambição que me alucina, que me impede, que me obriga, que me invade e me implica. Não progrido, mas finjo que sim. Fingir, fingir e fingir... A resposta! Qual o meu problema?    Amo muito, demonstro pouco, sou bastante, e logo dissolvo. Conheço a progressão, mas regredir é mais fácil de chegar, não chego, ninguém chega. Somos. Contraditório, assim como minha vida. Meu ser, meu eu, carente.. completo. 
Sozinha
me invado
me beijo  
sou constante  
sou distante  
me almejo  
me arrepio 
me enfureço 
contrariando  
contrariando  
contrária  
ando  
ando  
me enlouqueço   
Vou a pé, com minha alma exausta de negatividade, meu ser buscando o conforto. Quem disse que deixo? Quem me disse que me deixo? Quem me diz que me deixa? todos.  Sou bastante, desvaneço 
Era aquela lagartinha que não entendia sua força e coragem, não entendia. Não entendia, pois não conhecia que o que passava era apenas a sua metamorfose. Seu destino. Sua progressão. Então largou-se descuidadosamente, deixou-se levar, amou demais á se ferir, desacreditou e não ousou levantar-se, acordar, acordar dói. Assim, largou-se.

Maria de  Ramos

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